- Área: 2800 m²
- Ano: 2018
-
Fotografias:Jaime Navarro
-
Fabricantes: Cemex, Corev, Grupo Sar, Interceramic, Novaceramic
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto está localizado na rua M.E. Schultz, colônia San Rafael, em um dos primeiros bairros do centro da Cidade do México. Um dos mais boêmios da cidade, ele ainda conserva sua arquitetura do século XIX e a atmosfera que abriga uma grande variedade de classes sociais já que seus habitantes de classe média baixa convivem com edifícios culturais, corporativos e históricos.
Situado na Avenida Sullivan onde Mario Pani fez o Hotel Plaza; Luis Barragán construiu o conjunto de um edifício de apartamentos e duas casas, cada uma com um ponto comercial, Mathias Goeritz construiu o Museu do Eco; Felix Candela edificou Autos Francia, que atualmente é um supermercado mas segue conservando sua estrutura de concreto, e onde o escultor Oliviero Martinez fez o conjunto escultórico "Monumento a Mãe".
O edifício de seis pavimentos está conformado por 21 apartamentos de diferentes tipologias que vão de 60 a 120 m2 aproximadamente, com uma distribuição interior que favorece a ventilação e iluminação natural em todas as áreas habitáveis, com vistas para seus pátios interiores e para a rua.
Um pátio central que se separa do entorno sul, serve para criar uma maior superfície de fachada interior, permitindo mais iluminação natural e ventilações cruzadas dentro das moradias. Além disso, conta com três pátios interiores de diferentes medidas os quais separam a área comum da área privada.
O volume do edifício foi projetado em forma de "L", voltado para o pátio, onde são criados corredores, sacadas e terraços, espaços comunitários planejados como lugares de relação do condomínio e áreas intermediárias entre exterior e interior.
A fachada para a rua Schultz , composta por uma pele dupla de concreto vermelho e divisórias, também vermelhas, é mais escultórica, monolítica, para evitar a passagem de luz direta e conferir privacidade aos moradores. As fachadas interiores estão compostas por elementos vermelhos e janelas de piso a teto feitas em alumínio preto.
O projeto tem basicamente duas tipologias de apartamentos, os frontais com dois dormitórios e os interiores com um dormitório. Os materiais utilizados são crus como o concreto aparente, pedra e madeira, pensados como materiais naturais e duradouros.
A solução da distribuição na moradia é dividi-la em duas partes, uma "área de estar" no leste e uma "área de dormir", com as áreas úmidas, banheiros e cozinhas. As varandas surgem de uma prolongação espacial da sala de estar-jantar, uma percepção que se acentua graças às janelas de piso a teto.
O percurso interior nos direciona através de amplos espaços até esquinas cujas janelas possuem pequenas floreiras. A forma exterior do edifício, gerada a partir dessa variada disposição de espaços, é incompreensível desde o interior. Entretanto, a forma é apresentada livre como se uma força interior pressionasse para fora as paredes; o caráter expansivo do interior das moradias é um lugar para a evasão e sonhos.